sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

(re)Pensando

Nos últimos tempos tenho refletido muito sobre mim mesma. Talvez pelo fim de semestre, que me faz parar e pensar sobre tudo que aprendi - na comunicação e na vida pessoal. Ou talvez pelas leituras legais que tenho tido em livros, artigos e, principalmente, em blogs excelentes. Ou quem sabe pelo aniversário recente. Tudo me remete à pensar em minhas experiências de vida, no que vivi, no meu crescimento, e blábláblá. Mas andei percebendo uma coisa engraçada. Explico.

Estudei algum tempo num colégio em que os uniformes de meninas e meninos eram diferentes. Naquela época eu ainda era idealista e apaixonada o suficiente para achar a própria diferença um absurdo. Fora a distinção, que tanto me incomodava, o uniforme feminino era horrível! Uma calça coladinha azul marinho que não combinava com tênis algum, sendo que isso fazia com que as meninas fossem para escola de sandália, coisa que eu odiava. Não deu outra: comprei uma calça masculina. Isso e tantas outras coisas me faziam diferente, e essa era a única diferença que eu gostava: ser a própria diferença.

Enquanto minhas colegas adoram sandys e júniors (no plural, porque resume as outras bandinhas que pra mim são todos farinha do mesmo saco), eu amava de paixão o timbre da Cássia Eller. Uma intérprete sensacional que tinha uma das melhores presença de palco que já presenciei na vida. Letras lindas do Nando Reis na voz dela, pra mim eram o conjunto perfeito. Nunca quis realmente saber se ela morreu de overdose ou devido a alergia da xilocaina, alegada por sua companheira na época. Talvez eu prefira ficar com a obra sensacional que ela nos deixou.

Esses dois exemplos são mínimos e eu poderei dar mais centenas de outros mais explícitos que demonstrem o que quero dizer, mas agora não terei tempo de escrevê-los. O quero demonstrar é que eu nunca fui da moda. Eu sempre fui da contra-mão.

Talvez eu sempre tenha dado à mim mesma os sinais da profissão que iria seguir. A falta de paixão me fez abandonar o jornalismo, mas não a comunicação. Mas não fico com a comunicação de massa. Fico com aquela que é diferente, ética, sincera. Algo assim que seja mais a minha cara, seja mais eu. Mesmo que eu siga sozinha nesse bonde. Como diria meus queridos Hermanos, num "bloco do eu sozinho". Eu seguirei, em nome de todos ideiais que segui até aqui. Na vida, na profissão, em tudo.

9 comentários:

Anônimo disse...

no último dia de aula comentei com a Rute e com a Camila da palavra 'repensar'...

acho uma loucura isso.

se pensar já é tão difícil, imagina repensar...

estamos pensando o tempo todo...

repensar me parece voltar lá trás e começar tudo de novo... o bonde segue adiante...

igual recomeçar... nóssa....

na contra-mão=exótico (?)
eu sempre gostei de filmes do Belas Artes e Guerra nas Estrelas nunca despertou meu interesse...

hahahah

breno costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
breno costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
breno costa disse...

caralho! vou fazer um post só!

só temos que tomar um cuidado: quando pensamos estar na contra-mão, podemos estar na mão!

é a história das pílulas: a azul e a vermelha...

o nível legal do espírito é atingido quando conhecemos Zion e ficamos na Matrix por opção! sem se encantar pela matrix, apenas observando e convivendo com seus prazeres, tirando o melhor proveito disso, mas nunca deixando de visitar e lutar por Zion (e isso é muito importante!)

isso é que é o bacana... ser malandro e escorregadio nisso tudo.. ser um lubrificante entre as engrenagens...

mallu magalhães, citada num post anterior = bandinha! o que será que o camelo usou? eu quero dessa!
a voz é bacana (apenas bacana), a música, trivial... apesar dela insistir que tem influência do Dylan... aff...

A Éller, 100%! quase morri num show dela quando me jogaram pra cima uns 10 metros e não me seguraram... huhuhuhuh. Ah! a Rita também, viu, ló!

só pra apimentar o debate, rs..
ló: zo/

o Humberto disse...

Lorena,

Eu nao saberia dizer o quanto eu aprecio seus textos. Eu te conheco ha pouco tempo, virtualmente,e posso garantir que voce vai na contra-mao da tosqueira, sim, gracas a Deus. So de nao gostar da Sandy Jr. (assim, no singulsr mesmo)ja merece todo o meu respeito.

Quanto ao idealismo e quanto a comunicacao, eu sei o que voce sente. E, acredite em mim, voce vai repensar. Pq eu penso que vc tem uma paixao pelo jornalismo como eu. Vc ve um pq nele ainda que na pratica a coisa seja deiferente. Mas nao desista dele nao pq eh de pessoas inteligentes como vc que o jornalismo precisa pra se reeguer.

No mais, vamos tratar de nos conhecer decentemente. A gente mora na mesma roca. Eu nao tenho muitos amigos que se interessam em discutir jornalismo e comunicacao (pra vc ver o tipo de gente que estudou comigo onde vc estuda)e tenho certeza que poderiamos trocar muitas ideias. Quem sabe pensar num projeto juntos?

So mais uma coisa pra vc lembrar sempre: Você eh um talento Lorena Possa, um talento.

Beijos, perdoe o teclado desconfigurado.

Charlie Liu disse...

no fundo, no fundo... somos todos iguais...

Rute Faria disse...

O importante Ló, não é o que eu penso ao seu respeito, ou o que os outros dizem sobre nós. O importante é se sentir bem consigo mesma, é acreditar naquilo que quer fazer.. enfim. Penso assim como você, que os nossos ideais devem ser seguidos até o fim. Belo post!

.:Cláudio Fazio:. disse...

Essa questão de estar só, em meio a muitos, é uma ironia da vida.
Fazendo o grancho de estagiário, me lembro que, justamente naquele primeirão lá, o bendito estágio, eu vi coisas absurdas. Vi profissionais comemorando a prisão de pessoas que deviam parcelas de carro - e a apreensão do veículo. Ok, é o trabalho das pessoas. Se deve, pegue! Se não pode pagar, não compre. Ok. Mas... comemorar uma prisão de um pai de família que usa um caminhão pra viver e ainda ter o bem apreendido? É meio danado. Isso mexia muito comigo.
Mas, enfim! A vida tem desses altos e baixos. O negócio é relevar o que se pode relevar e tornar evidente o que é bom.

Um fato, aqui, é claro: você escreve impecavelmente. Repito e não me acho inoportuno. Parabéns.

Anônimo disse...

Oi Lorena,
Tenho lido alguns dos seus textos. Conheci o seu blogo através de um grande amigo, o Humberto "Humberto explica". Seus textos são ótimos.
Não desista dos seus sonhos e ideais garota. Assim como você, estudei naquele lugar e hoje estou indo bem. Fé em Deus e Coragem.

Abs.